2.9.08

Um homem e dois microfones.

Domingo, como a gente já tinha falado semana passada, aconteceu o show de um cara que não é conhecido por muitos. Mas que deveria.
Martín Buscaglia entrou em um palco pequeno, com dois microfones, um Genius, uma guitarrinha de brinquedo e mais um punhado de coisas estranhas. Nem o violão era dos mais normais: parecia que tinha sido arrastado pela areia, como disse o Jonão.

Assim que ele cumprimentou a todos os cerca de 50 presentes, se pôs a fazer sons e criar barulhos em um dos microfones. Transformou cada seqüência de sons em um loop diferente, e criou a primeira cama para a primeira música.
E fez isso em quase todas as outras: um cara fazendo o som de uma banda inteira.

Se no disco ele abusa dos efeitos e das intervenções, ao vivo é ainda mais caótico. Em umas 5 músicas ele convidava o público a ajudar, fazendo o coro de cada uma. A maioria, tímida, se limitava a murmurar as palavras em inglês ou espanhol. Mas ninguém conseguiu deixar de sorrir quando respondeu “Galilei” a um “Galileu” cantado pelo uruguaio.

É uma pena que um cara dessas seja relegado a segundo ou terceiro plano em um cenário que sente tanta falta de gente diferente.

Diferente, mas não inacessível. O mundo tá cheio de gente querendo complicar a mais simples das línguas.
E foi como o próprio Martin falou, debaixo dos cabelos que começam a ficar grisalhos: hoje vou cantar em espanhol, falar em português, e tocar em esperanto. Gênio.

Nenhum comentário: